Quais as épocas e locais ideais de amostragem de solo?
Amostragem de solo é o tema deste episódio, sendo que nosso convidado é o Bruno Lima Soares. Ele é engenheiro agrônomo, Mestre, Doutor e possui Pós doutorado pela Universidade Federal de Lavras atualmente faz Mestrado Profissional em Ciência da Tecnologia da Produção Animal também com foco em ruminantes.
Época ideal para coleta das amostras
Quando pensamos em amostragem de solo para recomendação de calcário, gesso agrícola e fertilizantes, dois pontos são fundamentais.
O primeiro é a época de coleta. As coletas devem ser realizadas no final do período chuvoso ou no final da colheita da segunda safra.
Precisamos fazer nessa época a coleta pois esse é o tempo necessário para enviar as amostras, fazer a interpretação dos resultados, recomendação dos insumos, compra e aplicação deles no início da próxima safra, o que coincidirá com o próximo período chuvoso.
Vale ressaltar que as coletas de amostragem de solo devem ser realizadas nas camadas de 0-20 cm para recomendação de calcário e fertilizantes, e nas camadas de 20-40 cm para a recomendação do gesso agrícola, quando necessário.
Profundidade da amostragem de solo
Para produtores que adotaram o sistema de plantio direto é importante verificar como está a fertilidade nas camadas mais superficiais do solo, uma vez que não ocorre o revolvimento desse material no caso do solo. Portanto, a coleta deve ser de 0-5 cm e de 5-10 cm.
Locais de amostragem de solo
O segundo ponto fundamental é o local de amostragem. O local deve ser limpo, retirando a palhada. Ressalto que a coleta não pode ser em cima de cupinzeiro, formigueiro ou qualquer situação que não seja representativa do local.
Áreas onde as adubações são feitas em linha, nós devemos usar uma pá reta, de forma que a linha de plantio esteja no meio dessa coleta. Assim, a será retirada amostra de área onde não foram fertilizadas e de área onde foi adubada, que é a linha de plantio.
Em locais onde houve o revolvimento do solo ou adubações a lanço, as coletas podem ser feitas de forma aleatória sem levar em consideração a linha de plantio.
Nossas áreas devem ser separadas em glebas ou talhões isso de acordo com declividade, uniformidade de vegetação ou em áreas já pré-determinadas com cultivos específicos, ou seja, áreas que nós já sabemos da homogeneidade daquele talhão.
Número de pontos de coleta de solo
O número de amostras varia de 15 a 20 pontos para cada profundidade de coleta, sendo que 20 pontos já é um número satisfatório, desde que coletado de forma em ziguezague e de forma bem representativa no local.
Lembrando que as amostras desses pontos devem ser homogeneizadas em um balde. Após essa mistura e homogeneização, retiramos 500 g e levamos para um laboratório, ou enviamos pelo correio para um laboratório para as análises e futuras interpretações.
Outro ponto de atenção: as amostras de profundidades diferentes nunca devem ser misturadas.
Santa Dica
O Santa Dica, podcast semanal de perguntas e respostas da Santa Helena Sementes, convida especialistas experientes do agro para responder dúvidas abordando os temas mais relevantes e debatidos do setor agropecuário, especialmente relacionados às culturas de milho e sorgo.
Veja também: Como interpretar corretamente a análise de solo? Quais são os principais mitos que existem sobre a calagem?