A safrinha de milho tem suas particularidades e o manejo de plantas daninhas no milho safrinha também pode sofrer mudanças.
Neste episódio, o Prof. Dr. Pedro Christoffoleti explica sobre o controle de invasoras na safrinha e ainda dá dicas sobre o manejo da resistência de daninhas.
Pedro Christoffoleti é pesquisador, consultor e extensionista na área de plantas daninhas. É professor aposentado da Esalq/USP e atualmente tem uma empresa na área de biologia e manejo de plantas daninhas.
Como fazer um bom manejo de plantas daninhas no milho safrinha?
Uma boa dessecação na cultura antecessora é com certeza um dos fatores mais fundamentais para você semear a cultura do milho no limpo, especialmente após a cultura da soja.
Portanto, para uma boa dessecação, utilize um produto dessecante na soja para que as plantas daninhas de infestação tardia, principalmente as plantas daninhas perenes, sejam controladas
Com isso, após a cultura da soja, o milho poderá ser plantado imediatamente sem a necessidade de uma dessecação para plantio e, consequentemente, apenas o banco de sementes é que se torna um problema.
Esse banco de semente deve ser controlado através do uso de herbicidas residuais imediatamente após ou imediatamente antes do plantio (ou até aplique-plante/plante- aplique) como, por exemplo, a mistura comercial dos produtos pyroxasulfone e flumioxazin, que é uma das tecnologias mais recentemente lançadas.
Dentro da cultura do milho já estabelecido, nós podemos fazer um manejo utilizando o uso do glifosato mais atrazina, desde que o milho seja resistente ao glifosato.
No caso do milho convencional, que hoje é a minoria das áreas de plantio, temos que utilizar associações de latifolicidas com a atrazina, como no caso do nicosulfuron, do mesotrione e também do tembotrione, associado com a atrazina.
Para o manejo da resistência de daninhas o que devemos fazer na safra e na safrinha?
No caso do milho safra, aquele plantado na época principal, o manejo de plantas daninhas resistentes começa, evidentemente, com a boa dessecação no período invernal, ou seja, no período de entressafra.
No caso de gramíneas resistentes ao glifosato, precisamos utilizar, principalmente herbicidas inibidores da ACCase, como cletodin e do haloxifop.
No entanto, devemos observar o tempo de “plant back”, ou seja, o tempo necessário de espera entre aplicação desses graminicidas e o plantio do milho. Geralmente, para alguns desses herbicidas, o tempo mínimo necessário é de 15 dias.
Em seguida, fazemos o plantio do milho utilizando residuais, graminicidas ,como no caso s-metolacloro atrazina e também outros herbicidas que têm ação sobre essas plantas daninhas.
Ainda sobre esse assunto, você pode ler e ouvir sobre o manejo de capim-amargoso no milho neste episódio.
No caso de folhas largas resistentes a herbicidas, em especial também ao glifosato, a utilização do 2,4-D em pré-platio ,com no mínimo 5 a 10 dias de antecedência da semeadura do milho, é também uma forma de evitar a incidência dessas plantas daninhas na cultura.
Dentro da cultura do milho, os herbicidas atrazina, mesotrione, tembotrione e nicosulfuron podem controlar eventuais escapes dessas plantas daninhas resistentes.
No caso da safrinha, uma das principais formas de manejo de plantas daninhas resistentes, na minha opinião, é a intercalação da braquiária com o milho, ou seja, a integração da braquiária sendo plantada intercalar na cultura do milho
Lembrando que essa braquiária muitas vezes recebe aplicação ou do mesotrione ou do nicosulfuron em doses menores do que é recomendável, juntamente com atrazina, para que não ocorra competição com a cultura do milho.
Assim, temos as plantas resistentes sendo controladas não apenas dentro da cultura do milho, mas também após a colheita do milho safrinha, já que com a formação de uma cobertura vegetal permite que nós tenhamos o controle de plantas daninhas resistentes no período Invernal.
Veja também:
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Santa Dica
O Santa Dica, podcast semanal de perguntas e respostas da Santa Helena Sementes, convida especialistas experientes do agro para responder dúvidas abordando os temas mais relevantes e debatidos do setor agropecuário, especialmente relacionados às culturas de milho e sorgo.
