Você já teve ou suspeitou de ter problemas com nematoides na sua área.?
Facilmente confundidos com outras causas, os nematoides podem ser um problema silencioso na sua área.
Para saber como identificar e como fazer o correto manejo convidamos a Prof. Dr.ª Claudia Regina Dias Arieira neste episódio.
Claudia é engenheira agrônoma, mestre e doutora em Fitopatologia. Atualmente é Professora Associada da Universidade Estadual de Maringá, com experiência na área de Fitopatologia e ênfase em Nematologia, atuando principalmente na área de controle de nematoides.
Como identificar se tenho ataque de nematoides na minha área?
É muito difícil a gente fazer uma identificação do nematoide na área, o que vamos identificar são as reboleiras, os sintomas.
Mesmo assim, nós temos muitas áreas hoje no Brasil assintomáticas em que temos perda de produtividade no talhão, mas aparentemente ele não tem uma reboleira bem formada.
Portanto, o produtor deve estar atento a dois pontos:
- Reboleiras
- Talhões com baixa produtividade
Nesses dois casos para nós sabermos se o problema realmente é nematoide, é necessário fazer coleta de amostras e encaminhar para um laboratório para análise.
Para as amostras, precisamos coletar a raiz e o solo em volta do sistema radicular em vários pontos daquela área ou daquele talhão, formando as subamostras.
Posteriormente, colocamos as subamostras dentro de um balde, homogeneizamos e depois retiramos desse balde uma amostra, chamada de “amostra composta”.
A mostra composta deverá ser colocada em um saco plástico fechado, identificada e encaminhada para um laboratório. É dessa maneira que podemos saber qual é a espécie de nematoide que tem na área e se é realmente nematoide naquela reboleira.
Como fazer o controle de nematoides?
Quando a gente identifica o problema e é realmente nematoide aí é a hora de traçar as estratégias de manejo.
Hoje a trabalhamos muito com o Manejo Integrado. Vamos associar o material genético com boa performance com o controle químico, controle biológico e manejo cultural.
Assim, quando pensamos na cultura do milho um dos primeiros passos que podemos adotar é optar por um híbrido com menor fator de reprodução para aquele determinado nematoide que está em sua área.
Lembrando que é muito comum que tenhamos populações mistas, ou seja, vamos ter mais de uma espécie de nematoide no solo.
Então, às vezes temos um material genético de milho que é resistente, tem baixo fator de reprodução para uma espécie, mas não tem baixo fator de reprodução para outra espécie.
Por isso, além da escolha de um material genético com menor fator de reprodução é importante a gente fazer a proteção das sementes ou a proteção da planta do milho.
Assim, inserimos nesse sistema o manejo químico ou manejo biológico, vai depender do que o produtor prefere fazer na sua área.
Hoje temos nematicidas registrados para o controle de nematoides, embora a maior parte deles está para a cultura da soja e do algodão, mas mesmo assim nós temos material para milho.
Podemos fazer também tratamento de sementes ou tratamento em sulco de semeadura, dependendo do produto desejado.
Além disso, atualmente temos uma ferramenta bastante importante que é o manejo biológico. Ele não é registrado por cultura, sendo registrado para praga-alvo, sendo possível utilizá-los tranquilamente para a cultura do milho.
Os produtos biológicos que nós temos no mercado hoje também podem vir indicados ou para tratamento de semente ou para sulco de semeadura.
Veja também:
Como a genética influencia nas doenças do milho? T.2 Ep.12
Santa Dica
O Santa Dica, podcast semanal de perguntas e respostas da Santa Helena Sementes, convida especialistas experientes do agro para responder dúvidas abordando os temas mais relevantes e debatidos do setor agropecuário, especialmente relacionados às culturas de milho e sorgo.
