Pulgão é a principal praga das lavouras de sorgo, afetando sua produtividade e qualidade do produto final.
Pensando nisso, temos agora disponível na Santa Helena Sementes o Attack, que oferece tolerância aos pulgões do sorgo.
Para falar sobre o assunto, convidamos Claudio Zago, pesquisador de sorgo desde 1986 e hoje responsável pela plataforma de Serviços Técnicos da Santa Helena Sementes.
Como funciona o Attack?
O Attack é um gene que existe na cultura de sorgo e imprime tolerância aos pulgões.
É um gene natural de caráter dominante, então basta este evento estar em um dos progenitores que é possível criar um híbrido com as características desse gene (evento) que, no caso, dá tolerância aos pulgões de sorgo, tanto ao verde quanto ao pulgão-da-cana-de-açúcar.
Isso porque o sorgo é uma cultura híbrida, produzimos sempre um híbrido simples, portanto, se esse gene está presente em um dos progenitores já conseguimos criar um híbrido tolerante aos pulgões.
Pode nos falar mais sobre esses pulgões que o Attack dá tolerância?
O pulgão-verde foi a principal praga da cultura de sorgo na década de 70, 80, até os anos 90 e é causado pelo inseto com nome científico Schizaphis graminum.
Este pulgão coloniza a face inferior das folhas de sorgo e se alimenta na face inferior e provocam uma redução significativa da produção.
O pulgão verde por muito tempo foi a principal praga da cultura de sorgo do Brasil, no entanto a partir do momento em que se identificou fontes de resistências genética a ele, foram desenvolvidas novas linhagens e novos híbridos tolerantes.
Além disso, uma outra situação que ocorreu foi o aparecimento de um controle biológico muito satisfatório, especialmente pelas joaninhas, crisopas e principalmente por uma vespinha que chamamos de micro-himenópteros.
Hoje, o pulgão-verde não é mais uma praga importante a cultura de sorgo. Porém, no final dos anos 2018/2019 apareceu no Brasil um outro tipo de pulgão, que nós chamamos de pulgão-da-cana-de-açúcar (de coloração amarela) e, da mesma maneira que o pulgão-verde, coloniza a face interior da folha, suga a seiva da planta e a esgota rapidamente.
As primeiras observações que nós tivemos desse pulgão foi na safrinha de 2018/2019 e ele rapidamente se tornou uma praga extremamente importante para a cultura de sorgo.
E por que é uma praga que não foi controlada pelos inimigos naturais que controlam o pulgão-verde?
Especialmente porque no pulgão-da-cana-de-açúcar, este micro-himenóptero (que, como já citado, é importante para o controle biológico do pulgão-verde) não controla o pulgão amarelo (pulgão-da-cana-de-açúcar).
E o que nós fizemos? Rapidamente procuramos identificar e incorporar nos nossos híbridos uma tolerância genética a esse pulgão. Agora estamos lançando o SHS 430, que é um híbrido altamente tolerante ao chamado pulgão-da-cana-de-açúcar.
E se o produtor observar que tem pulgão em uma lavoura de Attack, ele deve se preocupar?
O modo de ação do Attack não elimina completamente o inseto, não é como um gene BT que não deixa aparecer nenhuma lagarta na planta.
Diferente disso, esse gene proporciona uma tolerância da planta ao ataque de pulgão que não conseguirá se desenvolver, aumentando seu o ciclo de vida e haverá dificuldade da oviposição e assim não haverá aumento na colônia do pulgão.
Então o que nós observamos no campo de uma lavoura com Attack? Poucos pulgões. Diferente dos híbridos não tolerantes em que o pulgão forma colônias muito grandes, neste caso não teremos essa dimensão.
Não terá também a formação de fumagina, um fungo escuro que aparece na superfície da folha, o qual ocorre porque o pulgão em grande quantidade excreta um líquido açucarado que proporciona um aumento de fungos, que apresentam coloração escura e cobrem a folha.
Então, se o produtor notar no SHS 430 o aparecimento de algum pulgão, pode ficar tranquilo e não deve entrar com aplicação de inseticidas.
Com a aplicação de piretróides, por exemplo, ocorre a diminuição de inimigos naturais, que é também um agente controlador do pulgão. Ou seja, não se preocupe, monitore, olhe sempre para sua propriedade, mas pode ter certeza de que as colônias de pulgão serão controladas.
Frequentemente a gente observa também uma mela na panícula do sorgo, isso também é em função do ataque do pulgão?
Não, são coisas distintas. Chamamos essa mela de doença de Ergot, uma doença causada por um fungo chamado Claviceps africana que aparece no momento do florescimento.
Quando temos o florescimento de sorgo em dias mais frios, a produção de pólen é reduzida e, com isso, esse fungo consegue colonizar a flor. Ele entra no estigma da flor, vai para o ovário da planta e o coloniza, produz essa substância açucarada ou esse mel que dá na panícula da planta.
Por ser açucarado, ao cair na folha pode causar fungos saprófitas. Esses fungos têm características parecidas com fumagina, mas tem origens completamente diferentes.
Um é provocado pelo exsudato de uma praga (pulgão) e outro pelo exsudato próprio da planta como reação a uma doença fúngica, sendo que o Attack é tolerante ao pulgão e não tem relação a doença de Ergot.
O que mais pode nos contar sobre o híbrido lançamento da Santa Helena, o SHS 430?
O SHS 430 é o nosso primeiro lançamento com essas características, ou seja, com o Attack, por apresentar tolerância ao pulgão-da-cana e ao pulgão-verde.
Além disso, o SHS 430 é um híbrido de alta produção, com ele conseguimos ganhar em competitividade com os nossos produtos internos e com os híbridos da concorrência. É um híbrido granífero de porte de aproximadamente 1,50m a 1,60m recomendado para plantio de safrinha no Brasil Central.
É um lançamento Santa Helena que incorpora não só a tolerância ao pulgão-da-cana e ao pulgão-verde, mas que traz também uma alta produtividade e alta qualidade de grãos.
Conclusão
Com o lançamento do Attack nós damos um passo à frente em uma empresa especializada não só em milhos, mas também uma empresa que traz uma oferta de novos produtos de sorgo e produtos modernos para atender as necessidades do mercado.
Além disso, nossa equipe de pesquisa, serviços técnicos e a equipe comercial da Santa Helena estará sempre às ordens e à disposição dos produtores para prestar o melhor trabalho e para que a gente possa ter cada vez mais os nossos produtos entregando o máximo de produtividade e os melhores resultados para que o produtor tenha condição de produzir cada vez mais e com sustentabilidade.
Santa Dica
O Santa Dica, podcast de perguntas e respostas da Santa Helena Sementes, convida especialistas experientes do agro para responder dúvidas abordando os temas mais relevantes e debatidos do setor agropecuário, especialmente relacionados às culturas de milho e sorgo.
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