Como fazer a adubação de nitrogênio no milho? T.2 Ep.17

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Qual a quantidade de nitrogênio que o milho precisa? Isso muda com a época de plantio? E no sistema soja-milho?  

 As dúvidas que cercam a adubação de nitrogênio no milho são várias! Para responder essas dúvidas, conversamos neste episódio com o professor Silas Maciel de Oliveira.  

 Silas é engenheiro agrônomo, mestre e doutor em fitotecnia, com experiência em pesquisas aplicadas aos sistemas de produção do milho e soja. Atualmente é Professor da Universidade Estadual de Maringá. 

Quais são as doses recomendadas para nitrogênio no milho?       

As doses recomendadas para nitrogênio no milho variam basicamente por 3 fatores: 

  1. Cultura antecessora; 
  2. Quantidade de matéria orgânica no solo; 
  3. Produtividade esperada. 

Outros fatores que você deve considerar para aplicar uma dose de nitrogênio na cultura do milho é a época de cultivo, se é safra ou safrinha, além do objetivo da cultura, se é para grãos ou silagem. 

Temos boletins de recomendação de adubação regionais, sendo que os para a região de cerrado, para o estado de São Paulo, para Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e para o estado de Minas Gerais são os mais conhecidos. 

Por exemplo, se você tiver uma produtividade média de milho safra no estado Paraná, no estado de São Paulo, estado Rio Grande do Sul, temos doses de nitrogênio variando de 80 kg até 120 kg de nitrogênio para a produtividade próxima à 10 toneladas. 

Portanto, o produtor quem tem a intenção de fazer a adubação mais assertiva deve consultar esses boletins. Dentro desses documentos temos a relação das doses variando com os 3 fatores que comentamos anteriormente. 

Como o cultivo de safra tem um potencial de produção maior, as doses ministradas devem ser um pouco maiores, em detrimento da do cultivo de safrinha. 

Sobre a cultura antecessora, como no Brasil a maior parte das lavouras de milho de segunda safra tem como cultivo de antecessora a soja, fazendo com que, geralmente, as doses de nitrogênio ministradas no milho safrinha são inferiores. 

Isso pode ocorrer porque a soja é uma leguminosa e ela vai fornecer alguns créditos de nitrogênio para a próxima cultura, que no caso é o milho, fornecendo de 20 a 30 kg de N por hectare. 

Basicamente esses 3 fatores (cultura antecessora, a quantidade de matéria orgânica e a produtividade estimada) vão variar e seres estipuladas da seguinte forma: 

  •  A cultura antecessora entre ser uma gramínea ou ser uma leguminosa; 
  • Em relação a matéria orgânica do solo, geralmente os boletins classificam de baixo, médio e alto né, esses valores variam de acordo com cada estado; 
  • A produtividade também é estipulada entre baixa, média e alta. Uma produtividade do milho safra é considerada de média para alta, geralmente, acima de 10 toneladas de milho por hectare. Uma produtividade na safrinha é considerada de média para alta, normalmente, acima de 6 toneladas de grãos por hectare. 

Qual melhor tipo de fonte de nitrogênio (fertilizante) para o milho?          

Quando nos referimos a fonte de qual o melhor tipo de fertilizante para o milho temos que levar em consideração as novas tecnologias que estão disponíveis hoje no mercado. 

Obviamente o fertilizante nitrogenado mais utilizado ainda é a ureia, mas em segundo lugar já encontramos os chamados fertilizantes especiais. 

São considerados especiais porque trazem alguma modificação na sua composição para que tenham uma performance aprimorada. 

Nós temos os fertilizantes de liberação controlada, os quais podem ser revestidos por algum tipo de polímero ou outro produto que faça com que o nitrogênio dentro do fertilizante seja gradativamente liberado no ambiente. 

Também temos fertilizantes que contam com inibidores de urease ou outro microrganismo para evitar problemas relacionados a volatilização de amônia. 

Os últimos dados que temos sobre a eficiência de produtos de liberação controlada ou de inibidores mostram que há redução da volatilização, em média, perto de 30%.  

Além disso, percebemos incremento de 5% na produtividade. No entanto, a utilização desses fertilizantes classificados como especiais ela está condicionada alguns fatores. 

Primeiro deles é o preço que é maior, especialmente comparado a ureia. Em relação às outras fontes nitrogenadas, temos ainda o sulfato de amônio nitrato de amônio, sendo que este último temos acesso mais limitado devido às questões de segurança. 

Em geral, essas duas fontes têm sido razoavelmente utilizadas nos últimos anos porque elas, comparada a ureia, possuem volatilização baixa. 

Portanto, os produtores têm que avaliar o cenário, considerando que a ureia é a fonte de hidrogênio mais utilizada, mas que quando nós temos problemas com volatilização devemos pensar sobre a utilização destes outros produtos, sejam eles os fertilizantes de liberação controlada ou com inibidores. 

O segundo fator que temos que avaliar é a estimativa de produtividade. Com estimativas de produtividade média para baixo, geralmente esse tipo de fertilizante especial não tem apresentado grandes vantagens em relação ao uso da ureia convenciona. 

Quando estamos direcionando especificamente para aquele produtor de safrinha, por exemplo, o produtor tem que fazer esse levantamento minucioso para saber se realmente é aconselhável fazer aplicação desse tipo de fertilizante ou não. 

Outra questão que o produtor tem que considerar é o custo do transporte do fertilizante. Quando comparado à ureia, o sulfato de amônio e nitrato de amônio são fontes que tem menor quantidade de nitrogênio na sua composição, consequentemente o produtor vai gastar mais com transporte.  

O principal impacto disso é o custo do frete, sendo que a quantidade investida por quilos de nitrogênio aplicado por hectare vai subir em relação a ureia convencional. 

Desse modo, fica claro que o produtor tem que ter em mente todos esses fatores para fazer a correta seleção do tipo de fonte de nitrogênio que encaixará melhor em sua fazenda. 

Veja também os episódios do Santa Dica que abordam os assuntos de análise de solo e amostragem do solo.

Santa Dica

O Santa Dica, podcast semanal de perguntas e respostas da Santa Helena Sementes, convida especialistas experientes do agro para responder dúvidas abordando os temas mais relevantes e debatidos do setor agropecuário, especialmente relacionados às culturas de milho e sorgo.

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2 comentários
    • Bom dia Rui. O ideal é você parcelar em duas aplicações. Uma quando o milho estiver com 3 folhas e outra quando o milho estiver com 5 folhas. Para esse formulado o ideal seria fazer 5 sacos na primeira e 5 sacos na segunda, totalizando 10 sacos de 26-00-26. Lembre-se que são valores médios e não garantimos essa adubação supra toda a demanda da planta, pois uma correta recomendação depende da analise de solo e o quando foi aplicado no plantio.

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