Mancha-branca no milho é uma das principais doenças dessa cultura. É causada pelo complexo de uma bactéria e um fungo que formam lesões nas folhas e comprometem a produtividade da lavoura, por isso a importância da prevenção, identificação e controle.
Neste episódio do Santa Dica, Everton Carvalho, pesquisador da Santa Helena Sementes, fala sobre as principais dúvidas relacionadas a doença, desde como fazer a identificação, como realizar um bom manejo e dicas sobre híbridos que são tolerantes.
Como identificar a mancha-branca na lavoura de milho?
A mancha-branca também é conhecida como pinta branca, mancha de Phaoeosphaeria ou simplesmente Phaoeosphaeria, é uma doença que ataca a cultura do milho e provocada por 2 agentes causais, por isso também é chamada de complexo mancha-branca.
A infecção ocorre inicialmente por uma bactéria, a Pantoea ananatis, que causa pequenas lesões (0,3 a 2cm) de cor verde clara e com características de doenças bacterianas, que apresentam aspecto encharcado o qual denominamos de anasarca.
Após o ataque da bactéria, ocorre a infecção pelo fungo, Phaeosphaeria maydis, e as lesões evoluem de verde clara para manchas mais necróticas, que nos chama atenção no campo por ser uma coloração bem clara, por isso o nome mancha-branca.
De forma geral, os sintomas são observados a partir do florescimento da planta de milho. Em condições mais favoráveis à doença, é possível encontrar lesões ainda no estágio vegetativo da planta, em lavouras com aproximadamente 40 dias pós-plantio.
Essas lesões normalmente se iniciam nas folhas mais baixeiras, mas podem atingir rapidamente as folhas superiores em situações que a doença seja mais favorável e também em híbridos mais suscetíveis.
Como realizar o manejo da mancha-branca no milho?
O manejo da mancha-branca deve ser iniciado com um manejo preventivo. Em primeiro lugar, é sempre bom procurar híbridos resistentes à doença, assim você já inicia o seu o plantio de modo preventivo com materiais tolerantes a mancha-branca.
Ainda em relação ao manejo preventivo, nós temos que levar em consideração a época de plantio, porque em regiões ou em épocas de safrinha o aparecimento da doença é favorecido.
Para a mancha-branca, tem se percebido que quanto mais tardio for o plantio, maior a chance da ocorrência da doença, porque quando a planta de milho chega próximo ao florescimento é a época que está mais sensível a infecção.
Então, quanto mais cedo possível a época do plantio melhor o manejo preventivo contra a mancha-branca no milho.
Quais os híbridos da Santa Helena que são mais tolerantes à mancha-branca?
Em relação à tolerância, a Santa Helena possui alguns produtos que apresentam boa tolerância em relação à mancha-branca em campo, como: SHS 8010 VIP3, o SHS 7990, SHS 7939 e o SHS 5570.
Como fazer o controle químico?
O controle de fungicidas é o controle químico aliado ao manejo. Não podemos deixar de complementar o manejo com a utilização de fungicidas, mesmo com a utilização de materiais resistentes.
As pesquisas mais recentes têm sugerido a utilização de misturas, como as misturas de estrobilurinas com carboxamidas com adição de protetores multisítios.
O Mancozeb, por exemplo, tem mostrado um bom controle em relação a mancha-branca, mas também podem ser utilizadas outras misturas, como estrobilurinas e triazóis
É importante lembrar que precisamos conhecer a nossa área de plantio para identificar quando seria a primeira aplicação.
Como sugestão, a primeira aplicação pode ser feita quando a planta de milho estiver no estado vegetativo de V6 até V8. Se continuar observando o aparecimento de sintomas pode ter uma segunda aplicação e após o florescimento ainda fazemos uma terceira aplicação.
Essa doença é mais comum no plantio direto?
A mancha-branca tem chamado bastante atenção dos produtores, principalmente em áreas de plantio direto. Isso ocorre porque esse sistema de cultivo favorece a doença devido ao fato de que um dos seus patógenos, o fungo Phaeosphaeria maydis, sobreviver em restos culturais e entressafras.
Por isso, é muito importante conhecermos a nossa área e fazer o monitoramento da doença, porque provavelmente se tiver mancha-branca em uma safra tem a grande possibilidade de termos a doença novamente no próximo ano, porque teremos fonte de inóculo na palhada de milho.
Conclusão
Nós devemos estar atentos ao surgimento da doença na safrinha, principalmente por conta da época de plantio, afinal é na época do florescimento que a planta se torna mais sensível a infecção da doença, ou seja, quando as condições estarão mais favoráveis a infecção.
Precisamos lembrar que a mancha-branca no milho é favorecida por temperaturas mais amenas, em torno de 14 a 19°, e umidade relativa acima de 60%. Então, para os plantios de safrinha, recomendamos ficar atento aos sintomas, fazer monitoramento da lavoura e, se preciso, utilizar o controle químico.
Santa Dica
O Santa Dica, podcast de perguntas e respostas da Santa Helena Sementes, convida especialistas experientes do agro para responder dúvidas abordando os temas mais relevantes e debatidos do setor agropecuário, especialmente relacionados às culturas de milho e sorgo.
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